Conversaram por mais algum tempo com Nadamir, que lhes explicou um pouco mais sobre os subterrâneos. Estavam com algum receio, afinal, iriam para uma cidade de Drows, que são famosos pela crueldade e ausência de compaixão. Com algum conhecimento sobre o funcionamento destas cidades, Nadamir lhes contou que a maioria delas se baseava numa estrutura política matriarcal, e que poucas coisas eram tão valiosas para os Drows quanto a política. Sempre em mutação, a influência das Casas sobre a sociedade Drow era sentida em todos os setores, e o assassinato e a traição não eram formas muito incomuns para ganho de poder.
Além do mais, havia uma grande necessidade de preparo por Lino e Edrikiel, já que eram os menos acostumados com as maldades e injustiças cometidas pelos Drows, principalmente no que se refere a escravidão, já que o comércio de escravos era comum nestas cidades. Ele os advertiu ainda mais quanto aos escravos Elfos, que eram sem dúvida os mais dignos de pena. Os Drows guardavam toda sua raiva e maldade para eles, quer eram sumariamente torturados e maltratados, seja de forma física ou psicológica, embora geralmente ambas.
Nadamir ofereceu alguns poucos aposentos para descansarem, o que aceitaram. Havia necessidade de estarem bem alertas e preparados, além do fato do grande risco que corriam por terem Elfos no grupo. Se estes fossem descobertos, Nadamir previu que dificilmente sobreviveriam.
De posse de uma lista contendo os componentes que Nadamir precisava, um anel oferecido por ele para encontrarem portais e de algumas horas de descanso, decidiram partir. Não foi possível descansar completamente, já que aquela torre lhes trazia terríveis sensações de assombro, especialmente para Lino e Edrikiel.
Foram então apresentados ao guia que iria levá-los até a cidade, o simpático Pixie Reitidir, que lhes disse que, apesar de curta, a viagem oferecia alguns riscos. Perguntado sobre suas ocupações, o Pixie disse a eles que trabalhava para Nadamir e que era bem pago por ele.
Seguiram por alguns minutos, passando por alguns fungos perigosos e um portal, que os levou a uma outra caverna que desembocava numa grande fenda onde, ao centro, um grande Forte Drow se erguia, imponentemente construído sobre estalactites e estalagmites.
Era inevitável não se admirar com tamanha obra de engenharia, e eles começaram a notar que a arquitetura Drow possuía tanta beleza e simetria quanto a dos elfos da superfície.
Um tortuoso caminho os levou para a cidade, mas não antes de se encontrarem com uma caravana de Drows que os olharam de forma suspeita e dois demônios Vrock que questionavam um dos guardas da cidade, e foram permitidos a entrar sem muita dificuldade. Apesar de um tanto quanto suspeitos, os guardas do portão permitiram que eles entrassem, deixando-os ainda mais admirados com a estrutura das construções, que em muitos lugares influenciados por aranhas.
A taverna foi o ponto habitual para buscarem algo sobre vendedores de componentes mágicos, e de forma curiosa, foram abordados por uma Sacerdotisa, que pareceu especialmente interessada em Lino, inclusive lhe dizendo que a Casa de Mezereck poderia usar seus serviços. Foram abordados depois por um Drow, que se apresentou como Mezir, e que estava em serviço para a casa de Fabanthut. Lino mencionou sobre a Sacerdotisa de Mezereck a ele, o que fez com que reagisse de forma curiosa…
Mas foi ele que os guiou até uma curiosa casa de venda de itens mágicos em geral, onde um Drow de feições sérias se dirigiu a eles. Foi só então que descobriram que os itens que Nadamir pediu custavam muitas peças de ouro, o que os levou a situação de não terem como comprar sequer a metade dos itens.
Uma solução era necessária, e decidiram procurar a casa de Mezereck, embora não tivessem muitas pistas de como encontrá-la. De volta a taverna, no entanto, se surpreenderam quando um dos representantes da Casa já os esperava, com uma proposta de serviço.
Deveriam entregar uma mensagem para alguma pessoa não-identificada em uma caverna próxima a cidade. Previam alguns perigos no caminho, mas, de alguma forma, esse serviço parecia simples demais…
Acabaram aceitando o serviço e, munidos de um mapa bem claro sobre a localização do lugar, partiram.
As dificuldades, no entanto, acabaram se tornando maiores do que pensavam.
Foram atacados por bandidos e passaram por armadilhas. Dorbaldor foi o que passou por situação mais curiosa, no entanto. Foi questionado sobre suas intenções por uma estranha mulher e atacado por um homem que parecia, de alguma forma, ser feito de rochas. Conseguiu fugir, mas a praga rogada pelo homem ao perdê-lo foi o que mais lhe chamou a atenção. Maldito Sanar!
Dorbaldor e Lino ainda tentaram encontrar a passagem secreta por onde a criatura fugiu, mas, mesmo com a ajuda do faro do cão de Lino, nada conseguiram encontrar. Decidiram seguir adiante, mas o caminho passava por um lugar terrível: Um portal que dava dentro de um pequeno lago subterrâneo, mas que era necessário vários metros de natação lago acima para alcançarem o local onde precisavam chegar.
Para piorar a situação, o lago era o esconderijo de uma pequena tribo Kuo-toa, pequenos monstros adaptados a vida submarina e terrestre, que os pegaram desprevenidos embaixo d’água. A batalha foi extremamente difícil, e somente com a utilização de várias magias de Dorbaldor e Edrikiel a maioria conseguiria sair. Maioria, pois Edrikiel não resistiu ao ataque de das criaturas e Ilure não conseguiu nadar rápido o suficiente para alcançar a superfície, e acabou se afogando nas sujas águas subterrâneas.
Os outros chegaram e lamentaram a perda dos amigos, permanecendo em dúvida sobre que atitude tomar, mas ainda havia caminho a frente.
E muitos mistérios a serem solucionados…